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Pedagogia na Floresta: Estudantes vivenciam Educação Ambiental em Território Guarani Tekoa Ywy Dju


Estudantes de Pedagogia participam de saída de campo da disciplina de Educação Ambiental junto ao povo Guarani

No dia 20 de setembro de 2025, discentes do Curso de Pedagogia, na disciplina de Educação Ambiental ministrada pela professora Carina Catiana Foppa, participaram de uma saída de campo no Território Sagrado Floresta Estadual Metropolitana de Piraquara.

O Território Tekoa Ywy Dju – Território Sagrado Floresta Estadual Metropolitana de Piraquara é uma área de conservação de 409 hectares, concedida aos povos originários Guarani-Nhawdeva, Kaingang e Terena, abrigando cerca de 12 famílias. A área sofria com crimes ambientais e má gestão municipal, situação que vem sendo transformada pela atuação direta dos povos indígenas, que iniciaram o processo de retomada em agosto de 2021.

As atividades foram conduzidas pelo Coletivo Aporã Ete. Durante a visita, os discentes puderam aprender sobre os alimentos tradicionais do povo Guarani, conhecer a arte e os símbolos indígenas, compreendendo seus significados e associações com mitos e histórias de cada etnia. Também tiveram a oportunidade de vivenciar a profundidade dos cantos Guarani e participar de um espaço de escuta ativa sobre as lutas e a história dos povos indígenas. A visita guiada à floresta permitiu às estudantes e aos estudantes compreender os sentidos e significados de uma terra cuidada e ocupada ancestralmente pelos povos indígenas.

Durante a tarde, a estudante de Pedagogia da UFPR, pertencente ao território indígena Tekoa Ywy Dju, Kunhã Itawidju (Angélica Ferreira Camargo), conduziu uma brincadeira Guarani Nhandewa denominada Takwa Djere (o bambu que roda/gira ou a taquara que roda/gira), proporcionando à turma um momento de diversão e compreensão sobre os sentidos colaborativos das brincadeiras infantis.

A disciplina de Educação Ambiental constitui um espaço curricular importante na formação de futuras e futuros pedagogos, pois garante centralidade aos povos indígenas, comunidades quilombolas e tradicionais na reflexão sobre questões socioambientais.

A discente Julia Oliveira agradeceu a oportunidade, afirmando:
“Sei que a experiência é carregada de sentidos que vão além do meu próprio olhar, mas foi muito significativa para mim. Foi uma oportunidade rica para aprender e escutar. Acredito que, sem a mediação da disciplina e da universidade, eu não teria tido a chance de transitar por esse espaço.”

Já a discente Fernanda Rhayssa Candida Rusik de Oliveira descreveu em seu relatório de campo:
“Ao longo do dia, muitas práticas nos aproximaram não apenas da cultura deles, mas da nossa. Fazemos parte da natureza, e ela não pode ser esquecida no nosso cotidiano. A terra nos dá a comida: a banana com farinha no tipá conquistou meu paladar, assim como a canjica com feijão e o amendoim como petisco ao longo do dia. Há quanto tempo a comida não tinha um lugar efetivo? Não consigo me lembrar quando se transformou em obrigação para sobreviver, mas no sábado foi afeto! Foi carinho! E, acima de tudo, foi acolhimento. Da mesma forma, a floresta nativa foi acolhimento.”

Durante a saída de campo, discentes do Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento (PPGMade/UFPR), que realizam estágio docente com a professora responsável pela disciplina, também puderam acompanhar a importância desses espaços na formação de licenciaturas e a luta dos povos indígenas no contexto socioambiental.

A estudante de Artes Visuais Vaguelis da Silva Falch Irgens, que também cursa a disciplina de Educação Ambiental, contribuiu registrando fotograficamente a vivência, capturando com sensibilidade os momentos construídos coletivamente ao longo do sábado. 

Para mais informações sobre o Território Indígena:

  • @eloynhandewa
  • @aporaete
  • aporaete@gmail.com

FOTO 1 – Encerramento da Vivência. Foto: Carina Catiana Foppa

FOTO 2 – Inauê explicando sobre os alimentos Guarani. Foto: Carina Catiana Foppa (Foto: Carina Catiana Foppa)

FOTO 3 – Vivência na Floresta guiada pelo Mario, do povo Guarani Nhandewa. (Foto: Carina Catiana Foppa)

FOTO 4 – Momento em que o grupo recebeu um presente da Tici, jovem indígena, um poema escrito por ela. Foto Vaguelis da Silva Falch Irgens

FOTO 5 – Brincadeira Guarani – Takwa Djere conduzidapela Kunhã Itawidju. (Foto: Carina Catiana Foppa)

Fonte: Professora Carina Catiana Foppa

Departamento de Teoria e Fundamentos da Educação – Setor de Educação

Programa de Pós-graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento – PPGMade

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