via UFPR
Durante os próximos dias a Universidade Federal do Paraná (UFPR) será palco do XXIX Simpósio de Política e Administração da Educação, evento que reúne mais de mil professores, pesquisadores, dirigentes educacionais e professores da educação superior e da educação básica para uma análise de estudos e experiências em matéria de políticas, gestão e práticas de administração e avaliação da educação em diferentes níveis de modalidade.
Promovido pela Associação Nacional de Política e Administração da Educação (Anpae) em parceria com o Setor de Educação da UFPR, a 29ª edição do Simpósio tem como tema central “Estado, políticas e gestão da educação: resistência ativa para uma agenda democrática com justiça social”. Ao longo do encontro, que segue até quinta-feira (18), haverá mais de 650 apresentações de trabalhos e pôsteres avaliados pela comissão científica nacional de diferentes universidades brasileiras, de todas as regiões do País. A programação também terá mesas-redondas e conferências de diversos nomes da área.
O diretor do Setor de Educação da UFPR, Marcos Alexandre Ferraz, lembrou que há 41 anos, em 1978, esta instituição sediou outra edição do Simpósio. “Contudo, o cenário nacional é muito deferente. Em 78 estávamos em um período de retomada da democracia brasileira e o atual momento é preocupante em relação a esse conceito, por isso há um significado de resistência. A Anpae é uma associação de pesquisa acadêmica, mas que também está preocupada com a política educacional e com os rumos que a sociedade toma”, revela.
Ângelo Ricardo de Souza, professor da UFPR e coordenador local do evento, destaca que os simpósios nacionais são tradicionais na área e que, desde 1961, ocorrem sistematicamente sempre com uma expressiva participação do público, sendo concebido como espaço de convivência nacional de educadores, pesquisadores e gestores interessados na construção e na avaliação do conhecimento no campo da educação.
Na solenidade de abertura, o reitor da UFPR, Ricardo Marcelo Fonseca, salientou a importância de um evento nacional deste porte. “Em tempos como esses, em que recursos da educação não são colocados como investimentos para o futuro, mas sim em planilhas como cortes necessários para uma racionalização do orçamento do Estado, resistir e promover eventos que fazem refletir e pensar é um ato de heroísmo”. Para Fonseca, um simpósio que desfia ideias e coloca a inteligência em pauta, em um cenário de hegemonia da ignorância, é o mais expressivo ato de subversão. “A universidade tem que continuar domo dínamo da difusão do conhecimento e andar na contramão da corrente”.
A conferência inaugural foi ministrada por Almerindo Janela Gonçalves Afonso, professor da Universidade do Minho (Portugal) e importante autor da área de política educacional que tem influenciado significativamente este campo de pesquisa no Brasil. Para o encerramento, na quinta-feira, o convidado será o professor Miguel Gonzalez Arroyo, que na edição de 1978 celebrou a abertura do evento. Os estudantes da universidade podem assistir a todas as palestras gratuitamente e com certificação.